No último domingo, em sua coluna semanal no caderno Donna do Jornal Zero Hora, Moacyr Scliar escreveu sobre a exposição sobre o Bom Fim que está acontecendo no Museu da Ufrgs.
Segue o texto...
O bairro como cadinho de culturas
Esta semana, o museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (que por simbólica coincidência funciona na Avenida Osvaldo Aranha 277) inaugurou uma exposição sobre o bairro do Bom Fim com o sugestivo título de Um Bairro, Muitas Histórias. Para quem, como eu, nasceu e se criou no Bom Fim, para quem passou a infância e a juventude ouvindo, e vivendo essas histórias, este é um evento tão nostálgico quanto emocionante. Em termos de identidade, o bairro é um lugar importante, como o é o nosso país, o nosso Estado, a nossa cidade. O bairro é um microcosmo, um lugar que muitas vezes tem uma cultura própria, um estilo de vida: o caso do Village em Nova York, da Rive Gauche em Paris, de Bloomsbury em Londres (lembram Virginia Woolf?), de Hollywood em Los Angeles, do Caminito em Buenos Aires, do Bexiga em São Paulo, de Copacabana e Ipanema no Rio.
Bairros contam histórias, sim. Histórias que mudam ao longo do tempo. No caso do Bom Fim tratava-se, no início, da história de imigrantes judeus, gente que tinha deixado para trás uma Europa convulsionada pelas guerras, pelos conflitos étnicos, pelas perseguições, pelos massacres e tinha vindo para o Brasil em busca de uma nova existência, e ali abriram suas lojinhas, suas oficinas, suas instituições. Mas o Bom Fim era um bairro de muitas culturas; a Universidade trazia para ali estudantes que se reuniam nos bares da Osvaldo Aranha, locais de debate intelectual e político e de contestação. Já o Ocidente, que neste dezembro completou 30 anos, trouxe para o Bom Fim, grupos musicais e teatrais, a moda hippie, e mais recentemente o Sarau Elétrico, com Katia Suman, Luís Augusto Fischer, Claudio Moreno, Claudia Tajes.
O Bom Fim: cadinho de culturas, sonhos, de esperanças, de ideias, de talentos. Justa a homenagem que faz ao bairro a nossa universidade.
Bairros contam histórias, sim. Histórias que mudam ao longo do tempo. No caso do Bom Fim tratava-se, no início, da história de imigrantes judeus, gente que tinha deixado para trás uma Europa convulsionada pelas guerras, pelos conflitos étnicos, pelas perseguições, pelos massacres e tinha vindo para o Brasil em busca de uma nova existência, e ali abriram suas lojinhas, suas oficinas, suas instituições. Mas o Bom Fim era um bairro de muitas culturas; a Universidade trazia para ali estudantes que se reuniam nos bares da Osvaldo Aranha, locais de debate intelectual e político e de contestação. Já o Ocidente, que neste dezembro completou 30 anos, trouxe para o Bom Fim, grupos musicais e teatrais, a moda hippie, e mais recentemente o Sarau Elétrico, com Katia Suman, Luís Augusto Fischer, Claudio Moreno, Claudia Tajes.
O Bom Fim: cadinho de culturas, sonhos, de esperanças, de ideias, de talentos. Justa a homenagem que faz ao bairro a nossa universidade.
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